Prefeitura estuda tombar obra de Poty Lazzarotto no Shopping Cidade Maringá

Administrado pela DCL Real Estate, o empreendimento segue a tendência de valorização da produção artística em imóveis comerciais

A Comissão Especial de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural de Maringá, órgão ligado à Secretaria Municipal de Cultura, recebeu o pedido de tombamento de uma das mais emblemáticas obras do artista paranaense Poty Lazzarotto (1924-1998) e que está localizada no Shopping Cidade Maringá, empreendimento com administração predial feita pela centenária DCL Real Estate.

O tombamento é um instrumento de reconhecimento e proteção do patrimônio cultural. O Shopping Cidade Maringá se orgulha por manter e compartilhar com seus visitantes uma obra de arte valorizada por sua riqueza histórica e artística. Inaugurada em 1992, a obra de Lazzarotto é um mural que está dividido em dois painéis com mais de 15 metros de largura. O primeiro centra-se na vocação e na história agrícola da região, com alusão ao café, ao trigo e ao homem do campo. Já o segundo retrata a catedral e os trabalhadores urbanos de Maringá.

Poty Lazzarotto ganhou destaque no Brasil e no mundo por suas composições que exaltam, sobretudo, os hábitos e os costumes indígenas, a cultura e o trabalho do sertanejo. Egresso do Liceu de Artes e Ofícios, foi aluno de Carlos Oswald, organizou o primeiro curso de gravura no Museu de Arte de São Paulo e ganhou uma série de prêmios por seu trabalho. Em 1965 doou cerca de 200 obras para a Fundação Cultural de Curitiba.

Arte em imóveis comerciais

No Brasil, virou tendência entre grandes cidades a criação de leis que estabelecem a obrigatoriedade de incluir obras de arte regionais, seja em escultura, vitral, pintura, mural, ou outras manifestações de artes plásticas, em novos empreendimentos. É o que acontece em locais como Porto Alegre, Florianópolis, Teresina, Belo Horizonte, Salvador e Recife.

A regulamentação enaltece a produção cultural e democratiza a arte, abrindo um espaço público para exposição permanente, além de exercer uma função educativa. Para o setor imobiliário, a iniciativa ainda permite valorizar os empreendimentos construídos. A cidade ganha “museus alternativos” que prestigiam sua história e incentivam o turismo – é uma parceria de sucesso.

Outros imóveis administrados pela DCL também seguem a linha de incluir obras de arte em suas construções. O supermercado BIG do bairro Boa Vista, em Curitiba, é um desses exemplos. Para a DCL, o trabalho no ramo imobiliário vai além da construção de prédios, a empresa se preocupa em pensar novas formas de ver seus projetos oferecendo um lugar de destaque para as criações artísticas.

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